Dados do Trabalho

Título

Uso de um instrumento telefônico para rastreio cognitivo em idosos durante a pandemia de COVID-19

Objetivo

Avaliar a presença de declínio cognitivo em idosos através da
ferramenta telefônica Modified Telephone Interview for Cognitive Status (TICS-m),
além de comparar o desempenho entre os grupos de acordo com a presença de
queixas cognitivas, considerando o cenário de isolamento social imposto pela
COVID-19 — obstáculo às avaliações presenciais.

Métodos

Voluntários idosos recrutados através de anúncios nas redes sociais entre
março e junho de 2021 foram submetidos a uma entrevista telefônica acerca de
dados sociodemográficos, funcionalidade (escala Pfeffer), presença de queixas
subjetivas de memória e testagem cognitiva através do instrumento TICS-m, versão
traduzida e validada para o português.

Resultados

A média de idade foi de 67 anos (± 4,67 DP, 60 a 77 anos) e o sexo
feminino representou 71% da amostra. Quase toda a amostra não apresentava
comprometimento funcional segundo a escala Pfeffer (96,5%). Sobre as queixas
cognitivas, 40% afirmaram ter queixa de esquecimento. A média da pontuação no
TICS-m foi de 26,29 ± 4,69 DP. Comparadas as médias de pontuação entre os
grupos de acordo com as queixas de memória, indivíduos com queixa de
esquecimento tiveram um desempenho inferior ao grupo sem queixas (W=8098,
p=0,001).

Conclusões

Na amostra, representada por idosos majoritariamente funcionais, o
TICS-m revelou uma média intermediária entre as descritas em outros estudos. A
testagem também foi suficientemente sensível para demonstrar diferença entre
grupos que divergiam quanto à presença da queixa relacionada à memória,
podendo representar um útil parâmetro de avaliação cognitiva à distância.

Palavras Chave

Geriatria; Disfunção Cognitiva; COVID-19; Testes de Estado Mental e Demência